sábado, 21 de novembro de 2015

Camisinhas e sustentabilidade


                  O dia a dia em uma escola nem sempre é a mesma coisa, mesmo que digam o contrário – como a piada: um homem despertou após duzentos anos de sono e se sentiu em casa quando entrou em uma escola. O negócio não é bem assim. Bom pelo menos na minha.
            Estava na época da Feira de Ciências da escola. Fiquei responsável pelas inscrições dos trabalhos. Este ano o tema é sobre a sustentabilidade do planeta. Em uma manhã três meninas do primeiro ano adentram a sala e pedem para inscrever um trabalho.
- Qual o título do trabalho?
- Reciclagem de camisinha.
-...? Não entendi...
- Resolvemos fazer esse trabalho para a feira escolar por ser um tema pertinente ao nosso tempo.
- Reciclar camisinha? Tema pertinente?
- É. Sim.
- Camisinha usada, naturalmente...
- Sim.
- Evidentemente vão coletar camisinhas (entrecortado com um sorriso)?
- Isto mesmo.
- Vão pedir camisinhas usadas em motéis?
Sérias:
- É uma boa ideia. Tínhamos pensado em recolher nas casas.
- É... Vão chegar às casas, bater palma e perguntar se tem camisinha usada? - É.
- Por acaso não pensaram em passar a noite em carros estacionados pedindo às camisinhas que por ventura estejam usadas?
- Meu pai não deixa sair à noite.
- É... (segurando o riso)...Não deixa. E depois da coleta? Qual o próximo passo?
- Vamos trazer para o colégio...
Assustado, sem sorrir:
- Para o colégio? NÃO.
Todas juntas:
- Não?
- Sim, quer dizer não. O colégio não é um local ideal. Não tem lugar para depósito dessas camisinhas. Além do que outros alunos podem roubar essa brilhante ideia (complacente).
- Então levamos para casa e lavamos.
- Vão lavar as camisinhas... (perplexo)?
- Sim.
- Depois de lavadas vão distribuir para os jovens? Brilhante!
Elas pasmadas:
- Não! O que vão pensar de nós professor?
- Não? O que vão fazer então?
- Vamos secar e usá-las como bexigas de festas aqui no colégio.
- ...?
- Estaremos dessa maneira ajudando na sustentabilidade do planeta.
- Então tá...

            Esses jovens têm ideias mirabolantes... Apenas temos que não entrar de cabeça, se proteger, senão vamos acabar soprando bexiga...

sábado, 7 de novembro de 2015

Descoberto o filme que o Brasil não podia ver, por Urariano Mota


https://vimeo.com/134849043

Por Urariano Mota*
Meus amigos, aquela frase do personagem Corisco em Deus e o Diabo na Terra do Sol, quando ele grita: “Mais fortes são os poderes do povo” , eu posso agora adaptar para “Mais fortes são os poderes da pesquisa coletiva na internet”. A razão não é gratuita. Chegou para mim, hoje, a revelação de que, finalmente, o Brasil pode ver o documentário que, há muitos anos, jornalistas brasileiros e pesquisadores desejavam ver.
Há 5 anos que o procurava. Em registro público, em agosto de 2012 publiquei um texto sobre a minha busca pelo documentário “Brazil: The Troubled Land”. Esse é um filme que narra a luta pela terra em Pernambuco, realizado para a rede de televisão norte-americana ABC, com imagens de 1961. Mas ninguém sabia informar, até parecia uma lenda. Ao fim de muitas buscas, descobri que o filme existia na Universidade Indiana. Agora seria fácil, pensei. Mas a resposta não tardou, no inglês que traduzo aqui livre e mal:
“Agradeço pelo contato para a pesquisa do filme  Brazil: The Troubled Land. Ele pertence ao arquivo da coleção da Biblioteca da Universidade de Indiana. Reenvio para a arquivista responsável”, que respondeu:
“Para o acesso ao filme que você pesquisa, o ‘Brazil: The Troubled Land’, nós não o temos digitalizado ou em cópia para ser visto. No momento, o filme está disponível somente nesta biblioteca, ou então, se você desejar obter permissão do proprietário dos direitos autorais, nós  poderíamos fazer uma cópia em DVD para você emprestar ao escritor brasileiro. A McGraw Hill é a editora dona do filme”. 
Mas a poderosa McGraw Hill, apesar dos meus pedidos, nada me respondeu para  a liberação de uma cópia. Em desespero de causa, cheguei a solicitar até mesmo a compra de um exemplar, com a ajuda, é claro, de outros jornalistas brasileiros, que também o procuravam. Nada. Mais uma vez, por razões de Estado primeiro, depois por razões do capital, o Brasil deixava de ver a própria cara, num flagrante das relações históricas de opressão em 1961.
The Troubled Land havia sido visto nos Estados Unidos, onde alcançara grande repercussão, mas nunca passou nos cinemas ou na televisão brasileira. O Conselho de Segurança Nacional o julgara inconveniente para os padrões nacionais.
Mas não desisti. Quase um ano depois, em março de 2013, publiquei um texto cuja introdução observava que a melhor diferença da imprensa na web sobre a do grande capital era a liberdade de pensamento.  E que havia um valor a mais de um texto na internet sobre o de papel: era a  sua permanência, com acessos infinitos no tempo  e espaço para a leitura. Assim havia sido com a coluna "Procura-se um documentário sobre o Brasil”, publicada em agosto de 2012. Ela me fizera receber um presente que eu não imaginava.
Recebi então fotos históricas do filme, e a revelação (perdoem a palavra) de um fotógrafo de 76 anos, em 2013, que os estudiosos do  cinema não sabiam existir. Era o espanhol Fernando Martinez Lopez, que me enviara fotos maravilhosas em preto e branco do documentário “Brazil, the troubled land”. Fernando Martinez, a partir das perguntas feitas por este curioso, assim se apresentou:
Após busca  entre 4000 negativos, encontrei as fotos, algumas estragadas pelo tempo. Sou espanhol, casado com brasileira e filhos e netos brasileiros. Trabalhei no filme como Still fotógrafo e também como cinematographer....
Helen (Helen Rogers, a diretora do documentário) era uma americana bonita e muito inteligente, casada com um cineasta, eles deixaram dois filhos. Para mim, ela era pró-Estados Unidos, pois este filme foi feito justamente para que o Brasil não se tornasse uma nova Cuba. (Negrito do colunista) Foi filmado na Zona da Mata de Pernambuco, para filmar a vida de um camponês. Na feira de Carpina encontrou um Severino, cortador de cana, que trabalhava para Constâncio Maranhão. A filmagem demorou aproximadamente 25 dias, tendo a contribuição da Sudene para transporte etc.”.
Então vinham raridades nas fotos: Helen Rogers, Francisco Julião, Eva (tradutora) e Bill Hartigan. Era um flagrante da política traiçoeira dos Estados Unidos, que enviara uma bem intencionada cineasta ao Nordeste do Brasil, para que documentasse uma nova Cuba em território pernambucano. Mas o filme que era bom, mesmo, nada. E assim se passaram mais de dois anos.
Hoje, me chega pelo face um recado, postado pelo jovem historiador Felipe Genú, com estas palavras:
“Senhor Urariano, li um texto seu de 2012, onde o senhor estava à procura do documentário The Troubled Land, da ABC. O senhor já o encontrou?”
Respondo:
“Não, Felipe, ainda não. Eu desejava mais esse documentário quando escrevia o meu romance "O filho renegado de Deus". Mas o meu interesse continua.”
E o imprescindível pesquisador  Felipe Genú:
“Senhor Urariano, eu sou historiador, e no momento estou escrevendo uma dissertação sobre o Teatro de Cultura Popular do MCP, do governo Arraes. Depois de ouvir falar no The troubled land, fiquei muito interessado, e pesquisando encontrei uma versão dele posta na internet pela School of Cinematic Arts. Eles o postaram num site chamado vimeo. Basta o senhor se cadastrar e buscar ‘Brazil The troubled land’ que vai aparecer o documentário”
Tudo que pude responder foi:
“Genial, Felipe. Muito obrigado, rapaz”.
E agora, amigos, para todo o Brasil, o vídeo que o grande público não podia ver, que era um verdadeira lenda de pé de cobra. Vejam Francisco Julião em 1961, Celso Furtado na Sudene em entrevista, o latifundiário Constancio Maranhão a se exibir dando tiros para mostrar qual era a sua lei para os camponeses sem terra. 

Direito e Literatura - As vinhas da ira


Oklahoma, Grande Depressão. Tom (Henry Fonda), filho mais velho de uma pobre família de trabalhadores rurais, retorna para casa após cumprir pena por homicídio involuntário. Ele planeja levar os parentes até a Califórnia, onde dizem que trabalho não falta. Durante a viagem eles passam por diversos tipos de provações e quando finalmente chegam na "Terra Prometida" descobrem que é um lugar bem pior do que aquele que deixaram.

Direito e Literatura - As vinhas da ira

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

No Caminho com Maiakóvski


O fenômeno de 15 versos globais    

O niteroiense Eduardo Alves da Costa é autor de um dos poemas mais famosos da literatura brasileira – mas que, por infelicidade, é muitas vezes atribuído a autores tão diversos quanto Maiakovski, Borges, Jung e García Márquez. “No Caminho, com Maiakovski” já virou de camiseta da campanha pelas Diretas Já a pôster em cafés europeus e corrente da Internet. Depois de anos esgotado em livro, o poema dá nome a esta reunião da obra poética completa de Costa, dono de um fazer poético vigoroso, impactante, de cunho social, que mistura erudição, criatividade no trato da língua e comunicação imediata com o leitor. Um livro imperdível para a biblioteca de qualquer amante de poesia que se preze.
Da luta contra a ditadura à novela “Mulheres Apaixonadas”, a fantástica história de um poema brasileiro atribuído a Wladimir Maiakovski, García Márquez e Bertolt Brecht – entre outros
Não há quem não conheça os 15 versos mais do que famosos:
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”
Eles fazem parte, desde 1968, quando foram escritos, de um longo poema do brasileiro Eduardo Alves da Costa, que nasceu em Niterói e vive desde a infância em São Paulo. Por algum motivo, foram logo atribuídos pelo escritor Roberto Freire, na epígrafe de um de seus livros, ao poeta russo Wladimir Maiakovski. O equívoco foi corrigido, mas a falsa autoria pegou: os versos foram transformados em pôster pelos líderes estudantis que combateram a ditadura militar, nos anos 70; transformados em inscrição da camiseta amarela da campanha pelas Diretas Já, nos anos 80: e, traduzidos para vários idiomas, transformados em corrente na Internet, nos anos 90. Aí, o autor já não era nem Eduardo nem Maiakóvski, mas Gabriel García Márquez, Bertolt Brecht, Wilhelm Reich e Leopold Senghor, entre outros.
Eduardo, poeta e artista plástico que já expôs na França na Alemanha, viu o poema impresso – e atribuído a Maiakóvski – na parede de uma galeria de arte em Paris e num café em Praga, na Tchecoslováquia. Recentemente, foi motivo de mais uma polêmica quando o autor de telenovelas Manoel Carlos colocou um de seus personagens declamando os conhecidos versos na novela “Mulheres Apaixonadas”, para 70 milhões de telespectadores. Uma crítica de TV deu nota zero para Manoel Carlos por ter dado a autoria correta: para a distraída jornalista, o autor ainda era… Maiakóvski.
O equívoco realimentou a polêmica: Manoel Carlos criou um diálogo, no capítulo seguinte, esclarecendo o erro – não dele, mas da jornalista – e contando a verdadeira história do poema. Milhares de telespectadores congestionaram os telefones da emissora perguntando onde encontrar o livro que contém o poema. Estava esgotado, mas Eduardo não teve dúvidas: procurou editoras interessadas em relançar sua obra, fora das livrarias há mais de 15 anos, e apenas uma – a Geração Editorial – aceitou o desafio de reeditá-la em duas semanas, a tempo de fazer o lançamento ainda dentro da novela – que terminaria no dia 10 de outubro.
É este livro, “No Caminho com Maiakóvski”, com todos os poemas de Eduardo Alves da Costa – a obra publicada até 1986 e os poemas inéditos – que chega agora às livrarias, com tiragem de 5.000 exemplares (significativa para livros de poesia) e todo o apoio do teledramaturgo Manoel Carlos e parte do elenco da novela, que se dispuseram a homenagear o autor na noite de autógrafos, dia 12 de outubro (um domingo) na Livraria Argumento, no Rio. Uma grande alegria para Eduardo, que, depois de quase 40 anos, vê seu poema mais famoso ser conhecido, de repente, por 70 milhões de pessoas.
Eduardo Alves da Costa, um homem totalmente discreto, que jamais fez alarde com o equívoco, até mesmo quando assumiu dimensão internacional, nem ao menos é autor de uma obra única: publicou vários livros de poesia e contos e é dono de um fazer poético vigoroso, impactante, de cunho social, que mistura erudição, criatividade no trato da língua e comunicação imediata com o leitor. O drama humano é o que o interessa. Mesmo quando faz poemas autobiográficos, seus versos criticam todo um pensar consolidado/tipificado pela sociedade, que ele ataca com armas diversas, da amargura à revolta, da ironia ao humor.
Para Eduardo, não há concessões: a poesia, além de arma reflexiva, é um território e tanto para a crítica social. Crítica que ele faz de forma às vezes inusitada: seus versos podem criticar até mesmo a ganância dos banqueiros, o que ele fazia, nos anos 60, de forma tão criativa que, 40 anos depois, nem parece datada: as palavras ainda se encaixavam como uma luva na condenação ao sistema financeiro internacional, que sufoca as economias emergentes e impede países potencialmente ricos de crescer.
Quem ninguém busque em Eduardo Alves da Costa, no entanto, um poeta panfletário e pobre, daqueles que rimam ladrão com exploração: como uma espécie de Castro Alves do mundo globalizado, ele não tem vergonha de produzir versos que podem ser declamados – mas eles são modernos tão bem elaborados como os de qualquer bom poeta contemporâneo. A diferença, como já anotaram alguns críticos, é que eles pretender ser, e quase sempre são, quase épicos, na sua imponente entonação.
O Poema de Eduardo completo:
NO    CAMINHO    COM   MAIAKÓVSKI 
(Eduardo Alves da Costa)   
Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói, assim me aproximo de ti, Maiakóvski. Não importa o que me possa acontecer por andar ombro a ombro com um poeta soviético. Lendo teus versos, aprendi a ter coragem. Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história. Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada. Nos dias que correm a ninguém é dado repousar a cabeça alheia ao terror. Os humildes baixam a cerviz; e nós, que não temos pacto algum com os senhores do mundo, por temor nos calamos. No silêncio de meu quarto a ousadia me afogueia as faces e eu fantasio um levante; mas amanhã, diante do juiz, talvez meus lábios calem a verdade como um foco de germes capaz de me destruir. Olho ao redor e o que vejo e acabo por repetir são mentiras. Mal sabe a criança dizer mãe e a propaganda lhe destrói a consciência. A mim, quase me arrastam pela gola do paletó à porta do templo e me pedem que aguarde até que a Democracia se digne aparecer no balcão. Mas eu sei, porque não estou amedrontado a ponto de cegar, que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas e o riso que nos mostra é uma tênue cortina lançada sobre os arsenais. Vamos ao campo e não os vemos ao nosso lado, no plantio. Mas ao tempo da colheita lá estão e acabam por nos roubar até o último grão de trigo. Dizem-nos que de nós emana o poder mas sempre o temos contra nós. Dizem-nos que é preciso defender nossos lares mas se nos rebelamos contra a opressão é sobre nós que marcham os soldados. E por temor eu me calo, por temor aceito a condição de falso democrata e rotulo meus gestos com a palavra liberdade, procurando, num sorriso, esconder minha dor diante de meus superiores. Mas dentro de mim, com a potência de um milhão de vozes, o coração grita - MENTIRA! 

http://geracaoeditorial.com.br/caminho-com-maiakovski-no/

http://www.cultseraridades.com/artes-detalhe.php?id=98&%22No+caminho+com+Maiak%F3vski%22++-+++Poesia++de++Eduardo++Alves++da+Costa

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

APOSTILA DE PISCICULTURA

Atualmente, a carne de peixe vem ganhando destaque no prato de inúmeras famílias. Isso porque é uma carne rica em proteínas, vitaminas e minerais, sendo considerada mais saudável quando comparada a de outros animais.

Nesse contexto, a oportunidade para a prática da piscicultura cresce. Vi- sando abastecer o mercado consumidor que a cada dia se preocupa com a alimentação ideal.

Contudo, produzir essa carne não é tão simples. A produção de peixes en- volve varias etapas que devem ser estudas, planejadas e monitoradas para o bom resultado da atividade.


Bons estudos!


Apostila no Link abaixo

quarta-feira, 29 de julho de 2015


Robert Charles Darwin cientista inglês que revolucionou o pensamento biológico no fim do século XIX. Na idade de 23 anos, juntou-se ao navio de pesquisa naval Beagle, como geólogo e naturalista, para uma viagem de cinco anos ao redor do mundo. Na América do Sul, estudou as plantas, os animais e a geologia da Patagônia, antes de viajar pela costa oeste e fazer um estudo detalhado da geologia dos Andes e propor uma teoria de sua origem. Suas observações de ilhas de corais levaram à teoria de formação dos recifes. Uma grande quantidade de informações e espécimes de plantas, animais e fósseis, coletados em ilhas como Galápagos influenciaram fortemente seu pensamento. Darwin sempre comparava animais vivos com seus achados fósseis e também as diferenças entre espécies que ocorriam de lugar a lugar. O resultado final de suas experiências e seu conhecimento prático da variação e criação a partir das próprias plantas e animais de seu jardim transformaram-se em seu livro A Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural, ou a Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida (1859), geralmente chamado simplesmente de A Origem das Espécies. Nele, Darwin se propôs demonstrar que os organismos tendem a produzir prole ligeiramente diferente dos pais e que o processo de seleção natural tende a favorecer aqueles que melhor se adaptam ao meio ambiente. Alguns indivíduos têm características que os tornam mais aptos para sobreviver e malares chances de se reproduzir e transmitir suas características a seus descendentes. Com o tempo, espécies distintas vêm a se desenvolver. O austríaco Gregor Mendel (1822—1884) e, posteriormente, alguns geneticistas revelaram os mecanismos da variabilidade e da transmissão das características. A obra de Darwin teve influência imediata nos estudos de psicologia, através de seu primo, Francis Galton (1822—1911), que criou o conceito de eugenia e começou a estudar a suposta hereditariedade da inteligência. O trabalho de Darwin reforçou a crença na continuidade entre a evolução humana e a animal. Essa crença parecia justificar muitas teorizações a respeito da humanidade, baseadas em experimentos com animais. Seus livros causaram enorme e duradoura controvérsia, especialmente acalorada na questão da evolução humana. Seus outros trabalhos clássicos foram A Formação de Moldes de Vegetais Através da Ação de Vermes, com Observações de seus Hábitos (1881) e uma monografia sobre crustáceos.









CHARLES DARWIN DOCUMENTÁRIO DUBLADO COMPLETO

segunda-feira, 6 de julho de 2015

AVICULTURA

Ricos em nutrientes, a carne de frango e o ovo são alimentos comuns no prato de muitas famílias brasileiras. Obtidos através da exploração avícola, esses alimentos podem gerar fonte de renda ao produtor quando explorados corretamente. A prática da avicultura requer conhecimentos essenciais para sua implantação e exploração. Identificar qual o produto a ser obtido é o primeiro passo, mas o correto manejo durante o período de criação é indispensável para bons resultados. A avicultura deve ser desenvolvida em ambiente agradável, livre de doenças, e a alimentação também deve ser adequada às aves para que alcancem seu potencial máximo de produção, ou seja, características desejáveis na exploração. Esse e outros assuntos serão abordados nesta disciplina com o objetivo de proporcionar conhecimentos suficientes aos alunos para atuarem na área da avicultura.
Bom estudo a todos!


Clique no link:

https://drive.google.com/file/d/0B368kX93aEk3UW1rWlI1SWN6Uk0/view?usp=sharing

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Crônica de um massacre anunciado

Dia 29 de abril de 2015 ficará marcado como o dia do massacre d@s profissionais da educação. Um dia para ser lembrado da luta de um povo contra o autoritarismo de um governo que lembra os piores dias da ditadura implantada nesse país por 21 anos. Da uma pequena mostra de como seria o Brasil aos que querem de volta esse regime. O governo Richa demonstra a faceta de um ditador que manda, desmanda de um regime que achávamos que estava morto; pois bem, 2015 mostra que os anos de chumbo estão mais vivos do que nunca. O Estado do Paraná revive os piores momentos dos anos de chumbo. O governador numa clara demonstração ditatorial comanda todos os poderes do Estado com mão de ferro. Nada no Estado pode feito sem o seu consentimento. O judiciário vive a sua mercê baixando a cabeça para os desmandos feitos pelo governador. O legislativo, com exceção de alguns deputados, apenas confirma o que o executivo determina. Nessa linha quiseram acobertar os gastos excessivos do governo tirando direitos dos funcionários públicos, atingindo principalmente a educação. @s educador@s não tendo voz no governo, restou ir à luta, à greve.
            Em fevereiro deflagraram a greve ficando um mês lutando para não perder seus direitos, principalmente o desmonte da previdência. Nesse ínterim tiverem que ocupar a Assembleia Legislativa para que não fosse votada a lei onde perdiam várias conquistas do magistério durante esses 30 anos. Uma passeata monstro, com mais de 50 mil servidores na rua, se dirigiu ao Palácio Iguaçu, fez com que o governo recuasse em seu intento num primeiro momento. Um mês de negociação entre os sindicatos e o governo deram uma trégua ao movimento com @s educador@s voltando as salas de aula.
            No fim de abril o Governo Richa rompe a trégua. Envia ao Legislativo a lei que inviabiliza os pagamentos das aposentadorias d@s funcionári@s públic@s. As greves voltam com força total. O governo endurece na repressão ao movimento.
            25/04 – Professores declaram o reinicio da greve. A Assembleia Legislativa é cercada por tropas do governo.
            26/04 – As tropas ocupam toda a praça do Centro Cívico. As páginas do governo na internet ameaçam os descontos e falta nos dias parados dos grevistas. Servidor@s acampam na Praça do Homem Nu.
            27/04 – Richa recorre ao judiciário que declara a greve abusiva e a imediata volta às aulas. Servidor@s ocupar a praça do Centro Cívico. O acampamento é montado, o chamado formigueiro. Durante o dia movimentação intensa de caravanas que chegam do interior a todo momento. Toda a Assembleia é cercada pela tropa de choque. Cães guardam as entradas do prédio. No inicio da noite o governo ganha o primeiro round: em primeira votação o dinheiro da previdência d@s servidor@s é entregue ao governo a seu bel prazer.
28/04 – Na madrugada, agindo como ratos, as forças repressivas de Richa, invadem o acampamento, derrubando barracas, e encurralando as pessoas que ali se encontravam. Guincharam os caminhões da APP Sindicato que se encontravam em frente a Assembleia. Uma rede de informações pela internet consegue barrar as forças do governo. Áudio e vídeo chegavam a todo momento das atrocidades que ocorriam dentro do acampamento. De manhã o formigueiro intensificava suas forças. As formigas apareciam de todas as partes do Paraná. No meio da manhã as forças de Richa mostram a que veio: bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e spray de pimenta é despejado sobre @s servidor@s. Isso só foi uma amostra do que viria. Na Assembleia as peças se movimentavam. A votação da previdência ficaria para o dia seguinte.
            29/04 – Será lembrado como o dia do massacre no Centro Cívico.
MANHÃ: todas as ruas que dão acesso a Assembleia Legislativa foram bloqueadas pelos servidor@s. Os deputados, dessa vez vieram num veiculo mais nobre que o camburão, chegaram de helicóptero. A Assembleia e ruas adjacentes, cercada por tropas do governo. Cavalaria a postos e cães guardavam os deputados. 30 mil servidor@s em frente as barreiras montadas por policiais. Conforme a manhã ia embora a tensão aumentava. Mais caravanas chegando.

TARDE: um helicóptero voa baixo testando os nervos d@s servidor@s. Muitas barracas voam do formigueiro. A tensão aumenta. A sessão legislativa começa, há uma aproximação maior d@s servidor@s às grades postas pela polícia. No carro de som palavras de ordem. A polícia inicia a pancadaria. Bombas são lançadas para todos os lados. As pessoas mais próximas da grade são alvejadas com cassetetes e spray de pimenta. Há estrondos de bombas por toda a praça. Correria e fumaça. @s servidor@s se reagrupam e voltam falando palavras de ordem. As bombas e gás vem de todos os lados. O helicóptero que trouxe os deputados, agora é arma de guerra. Do céu cai bombas sobre o povo. As balas de borracha começam a fazer suas vítimas: é visto uma mulher sangrando a testa, um rapaz desmaiado com a boca sangrando e os dentes quebrados, uma senhora com parada respiratória, pernas e costas em carne viva. Um cadeirante se posta em frente a linha de tiro. Tentam retira-lo. Não sai, enfrenta os policiais. É atingido por várias bombas. Apelos são feitos de todas as partes para retirar os feridos, em resposta mais bombas. O saguão da prefeitura se transforma em hospital. São dezenas de ferid@s. Os mais graves são removidos para os hospitais da região. A sanha da polícia é tamanha que bombas são lançadas ao redor da prefeitura. Atinge uma creche, as crianças saem chorando. O massacre continua. Mais bombas vem do ar, balas acertam mais funcionári@s. Duas horas e meia de massacre. Na Assembleia, o presidente age como se não estivesse acontecendo. A sessão segue normal até o final da votação. Os servidor@s perdem esse round. O Paraná perde, a democracia perde. O governador conseguiu uma vitória de Pirro. Um preço que o marcará na testa como um déspota na história do Estado.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Revista Pesquisa Participativa

A pesquisa participante, assim como a pesquisa ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. Abaixo link para acessar revista eletrônica sobre o tema.

http://issuu.com/mauromarcolinocarneiro/docs/pesquisa_participativa/1


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Complexo de vira-latas

Nelson Rodrigues


Hoje vou fazer do escrete o meu numeroso personagem da semana. Os jogadores já partiram e o Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética. Nas esquinas, nos botecos, por toda parte, há quem esbraveje: “O Brasil não vai nem se classificar!”. E, aqui, eu pergunto:

— Não será esta atitude negativa o disfarce de um otimismo inconfesso e envergonhado?

Eis a verdade, amigos: — desde 50 que o nosso futebol tem pudor de acreditar em si mesmo. A derrota frente aos uruguaios, na última batalha, ainda faz sofrer, na cara e na alma, qualquer brasileiro. Foi uma humilhação nacional que nada, absolutamente nada, pode curar. Dizem que tudo passa, mas eu vos digo: menos a dor-de-cotovelo que nos ficou dos 2 x 1. E custa crer que um escore tão pequeno possa causar uma dor tão grande. O tempo passou em vão sobre a derrota. Dir-se-ia que foi ontem, e não há oito anos, que, aos berros, Obdulio arrancou, de nós, o título. Eu disse “arrancou” como poderia dizer: “extraiu” de nós o título como se fosse um dente.

E hoje, se negamos o escrete de 58, não tenhamos dúvida: — é ainda a frustração de 50 que funciona. Gostaríamos talvez de acreditar na seleção. Mas o que nos trava é o seguinte: — o pânico de uma nova e irremediável desilusão. E guardamos, para nós mesmos, qualquer esperança. Só imagino uma coisa: — se o Brasil vence na Suécia, se volta campeão do mundo! Ah, a fé que escondemos, a fé que negamos, rebentaria todas as comportas e 60 milhões de brasileiros iam acabar no hospício.

Mas vejamos: — o escrete brasileiro tem, realmente, possibilidades concretas? Eu poderia responder, simplesmente, “não”. Mas eis a verdade:

— eu acredito no brasileiro, e pior do que isso: — sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo. Tenho visto joga dores de outros países, inclusive os ex-fabulosos húngaros, que apanharam, aqui, do aspirante-enxertado do Flamengo. Pois bem: — não vi ninguém que se comparasse aos nossos. Fala-se num Puskas. Eu contra-argumento com um Ademir, um Didi, um Leônidas, um Jair, um Zizinho.

A pura, a santa verdade é a seguinte: — qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma:

— temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de “com plexo de vira-latas”. Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a ser isso?” Eu explico.

Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os maiores” é uma cínica inverdade. Em Wembley, por que perdemos? Por que, diante do quadro inglês, louro e sardento, a equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso vira-latismo. Na já citada vergonha de 50, éramos superiores aos adversários. Além disso, levávamos a vantagem do empate. Pois bem: — e perdemos da maneira mais abjeta. Por um motivo muito simples: — porque Obdulio nos tratou a pontapés, como se vira-latas fôssemos.

Eu vos digo: — o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo.

O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia. Uma vez que ele se convença disso, ponham-no para correr em campo e ele precisará de dez para segurar, como o chinês da anedota.
Insisto: — para o escrete, ser ou não ser vira-latas, eis a questão.

Texto extraído do livro “As cem melhores crônicas brasileiras”, editora Objetiva, Rio de Janeiro (RJ), p 118/119, e ao  livro “À sombra das chuteiras imortais: crônicas de chutava”, seleção de notas de Ruy Castro – Companhia das Letras – 1993.

domingo, 19 de abril de 2015

As abelhas sem ferrão

Se o receio de levar ferroadas é o que impede de se colocar em prática o interesse pela produção de mel, alimento com demanda certa, por ser um produto saudável e delicioso, uma boa alternativa é o manejo de abelhas sem ferrão. Impossibilitadas de dar doloridas picadas, elas não precisam de fumaça para ser acalmadas nem que o meliponicultor use equipamentos de proteção individual (EPIs), como macacão com máscara conjugada, botas de borracha e luvas de nitrila.

Atrofiado ao longo da evolução das espécies desse grupo, o ferrão não oferece risco à população, permitindo que essas abelhas possam ser criadas em áreas próximas de pessoas e animais, inclusive em ambientes urbanos. Mas vale ressaltar que, quando se sentem ameaçadas, elas se defendem mordendo geralmente olho, orelha, nariz e cabelo do invasor. O uso de um véu, no entanto, é o suficiente para proteger o rosto de algum ataque.

Formão, fita adesiva e alimentadores são os materiais de manejo para iniciar a criação que, junto com o véu, custam cerca de R$ 100. São necessários mais R$ 500 para a estrutura e cobertura das colônias, as quais variam de R$ 100 a R$ 300 dependendo da espécie e da região do país.

Há centenas de espécies de abelhas sem ferrão em regiões tropicais e subtropicais do mundo. Possuem grande diversidade de formas, cores e tamanhos, com exemplares medindo de 0,2 centímetro de comprimento até próximo de 2 centímetros. Aqui, são conhecidas cerca de 200 delas, destacando-se a jataí, a arapuá e a tiúba.
Também chamadas de meliponíneos, as abelhas sem ferrão formam colônias perenes habitadas tanto por algumas dezenas quanto por vários milhares de indivíduos. Em geral, constroem os ninhos dentro de cavidades já existentes, sendo que a maioria vive dentro de ocos de árvores. Algumas espécies gostam de instalar seus ninhos no solo, em cupinzeiros e em lugares altos.

Em cativeiro, as abelhas sem ferrão são criadas em caixas pequenas, que não exigem esforço físico e ocupam menos espaço. Por outro lado, com uma população reduzida, a produtividade da colônia da maioria das espécies, de 1 a 4 litros de mel por ano, é menor se comparada com a das abelhas com ferrão, que registra de 20 a 40 litros por ano.
Contudo, além de ter 10% menos de açúcar, o mel de abelha sem ferrão apresenta tipos diferentes de acordo com cada espécie produtora, ampliando o leque de opções para o mercado e agregando valor ao alimento, cujos preços no varejo variam de R$ 30 a R$ 100 por litro. Enquanto alguns são mais viscosos e doces, outros são mais líquidos e azedos.

Livros e Apostilas sobre Abelhas Sem Ferrão

Abelhas Sem Ferrão

Abelhas nativas

Criação de abelhas sem ferrão

Mel de abelhas sem ferrão

Vida e cria de abelhas indígenas




domingo, 12 de abril de 2015

APOSTILAS DE AGROECOLOGIA

Agroecologia: alguns conceitos e princípios

Agroecologia

Cartilha de Agroecologia

Introdução à Agroecologia

A Agroecologia, Agricultura Biodinâmica e a Permacultura

TEORIA E MÉTODOS EM AGROECOLOGIA


AGROECOLOGIA - O VENENO ESTÁ NA MESA I e II


O documentário de Silvio Tendler pode insinuar um filme de terror, mas O veneno está na mesa, película do experiente documentarista brasileiro, assusta mesmo pela revelação, em vídeo, de uma realidade cotidiana: 28% dos alimentos oferecidos à população brasileira são insatisfatórios para consumo.  Baseado em dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), divulgado em 2012, o filme mostra que desde 2008, quando ultrapassou os Estados Unidos, o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo.
Elaborado por pesquisadores de diversas universidades federais brasileiras, o extenso relatório da Abrasco reúne dados oficiais e uma série de estudos que denunciam o descontrole do uso de agrotóxicos no Brasil e comprovam os graves e diversificados danos à saúde provocados pelo uso de biocidas. O dossiê foi divulgado em três momentos no ano passado, sendo que os últimos dados foram tornados públicos em novembro. O nível médio de contaminação dos alimentos colhidos nos 26 estados do país é grave: pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino (57,4%), alface (54,2%) e cenoura (49,6%), apenas para citar alguns exemplos. 

O veneno está na mesa I


O veneno está na mesa II